As duas
grandes guerras mundiais tiveram seu lado positivo no tocante à
ciência, em diversas áreas, embora em algumas com resultados
obtidos pelos meios mais abjetos. Mas é inegável que o progresso no
planeta deu um salto, uma acelerada de décadas em apenas alguns
anos. Mas um custo irrecuperável foi a da característica de todas
as guerras: a perda dos jovens, o extermínio dos mais
saudáveis, enquanto os menos aptos que permanecem na retaguarda, mais
seguros, passam a ser os reprodutores da raça, que decai, se enfraquece, pois os
melhores perdem suas vidas nos campos de batalha...
Com o COVID,
uma nova guerra mundial se apresenta, com estilo próprio, não pelo
vírus em si mas por ter revelado uma balbúrdia de ações
desencontradas dos governantes despreparados para qualquer ameaça
que evolua rapidamente, sem dar tempo para conselheiros e
marqueteiros, já que todas as ações políticas visam fortalecer o
poder e o ego dos governantes e não os interesses e necessidades do
povo, nesse teatro de comédia chamado democracia. E a guerra do
COVID tem também seu lado positivo e ele é contrario ao pior
resultado das grandes guerras: ele elimina os mais fracos, doentes e
velhos e deixa mais espaço e liberdade para a juventude forte!
Estimula a distância saudável entre humanos contra a promiscuidade
reinante, racionaliza o trabalho, estimula o respeito ao próximo ao
despertar a consciência de que somos todos elos de uma cadeia que
depende da força e empenho de cada um para não se romper. E pandemias apenas são armas da natureza para fazer uma manutenção periódica nesses elos, eliminando os corroídos e fortalecendo a união dos restantes.
A sociedade
que deslizava célere ladeira abaixo rumo à decadência, está tendo
uma reciclagem forçada em termos de comportamento, pensar, uma aula
de cidadania metida à força cérebro adentro, ameaçadora. Seremos os mesmos pós COVID mas a sociedade, passado o susto, saberá
que príncipes e mendigos são elos exatamente iguais na corrente
instável chamada vida...
pedro
marangoni, 71 anos.