domingo, 26 de fevereiro de 2012

Lambança brasileira na Antártida:naufrágio e incêndio


Há dois meses a Marinha do Brasil realizou a proeza de naufragar uma chata (embarcação tipo balsa,de fundo chato,sem tripulantes,rebocada)com 10.000 litros de diesel especial nas águas despoluídas da Antártida e ficou caladinha,com medo do merecido puxão de orelha internacional. Clique.
Agora,transcorridos menos de dois meses após a eufórica comunicação (clique) de que o esperrrto país latino americano seria o primeiro no muuuundo(!) a usar o perigoso e volátil etanol no continente gelado,o circo pegou fogo. Mais precisamente a Base Comandante Ferraz. Clique. Lambança internacional,uma demostração vergonhosa de incompetência e inconsequência. Em ambos os casos.


Uma chata é totalmente imprópria para ser rebocada em condições de mau tempo e o sistema de transferência de combustível desta forma é considerado obsoleto e não recomendado às nações que exploram aquele protegido continente;quanto ao uso de etanol em geradores que não podem ficar em ambiente aberto e ventilado devido as condições extremas na Antártida,chega a ser um absurdo. Sem contar que experiências deste tipo devem ser realizadas previamente e exaustivamente antes de serem para lá transportadas mas na ânsia do “pioneirismo” atropelaram o artigo 3.º do Tratado da Antártica para Proteção ao Meio Ambiente,que reza:atividades na Antártida devem ser “organizadas e executadas com base em informações suficientes que permitam avaliações prévias e uma apreciação fundamentada de seu possível impacto no meio ambiente antártico e dos ecossistemas dependentes e associados”. 

Pesquisadores civis alertam (clique) para o fato de que ao contrário das bases de outros países,os módulos da "Comandante Ferraz" não são independentes -o que facilita e barateia a manutenção- mas é desastroso em caso de um incêndio,como num pardieiro,diria... O governo citou que dois militares “morreram ao combater o fogo”mas as notícias deram por longo tempo como desaparecidos,indicando que provavelmente morreram numa explosão quando trabalhavam no gerador,pois em um container tão restrito em espaço,o combate às chamas é feito externamente,em segurança.

Certamente os países adultos vão pegar este Porto de Piratas pela orelha e talvez seja necessário expulsar de vez tão perigos inquilinos pois os dois desastrosos eventos em curto espaço de tempo deixa claro que o carnavalesco país não está -como sempre- levando a sério suas funções perante a comunidade internacional e o planeta. A tal "energia limpa" fez uma enorme sujeira no alvíssimo continente. Gostaríamos de saber quem foi o pai(ou a mãe)da brilhante idéia. Não me parece coisa da Marinha nem dos pesquisadores civis;isso cheira a lobby junto ao governo ou do próprio governo,em uso impróprio da Antártida para fins políticos.


Atualização em 28/02: Segundo a Marinha,o fogo começou em um gerador de óleo,talvez por motivos elétricos e não houve explosão preliminar. Que tentaram combater o incêndio com àgua do mar. (água é imprópria para fogo elétrico ou em combustível);que os militares mortos foram combater o fogo internamente. Aguardemos a perícia.
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/02/peritos-que-investigarao-incendio-em-estacao-brasileira-ja-estao-na-antartica.html