sábado, 3 de dezembro de 2011

Juri popular ou programa de auditório?

Na quinta-feira,1,o empresário Josino Guimarães,acusado de ordenar o assassinato do juiz Leopoldino Amaral,do Mato Grosso,foi absolvido  pelo júri popular,que também o considerou mandante do crime!
Nessa madrugada,3,a jovem amorosa e não ambiciosa viúva do velho e amputado Renné Senna,ganhador da Mega Sena e os outros acusados também foram absolvidos pelos jurados da acusação de sua morte.
Juri popular... Depois de um trabalho minucioso de profissionais longamente formados na área jurídica como juízes,promotores,advogados,além de peritos,policiais civis,militares,acalorados debates práticos,científicos,até mesmo filosóficos,quem resolverá de fato a culpabilidade ou não do réu? Os membros de um juri popular,o Zé da padaria,a Dona Toninha,o Dito do banco...o mesmo tipo de pessoas que gostam de programa de auditórios,juri de calouros na TV,fofocas... Podem ser indicados por terceiros mas podem também se inscrever voluntariamente.
Não há exigências de formação em áreas específicas que poderiam ajudar na função. O que realmente pesa numa decisão de um cidadão comum? Empatia,antipatia,desempenhos cinematográficos dos componentes da acusação e defesa,comportamento da “torcida”,opinião da mídia,tal qual o desempenho de um calouro no palco de um programa qualquer da TV. Que se elimine então o inútil trabalho dos especialistas e se volte aos linchamentos ou aclamações de apoio e desagravo em praça pública pela turba,pela maioria,mais representativos que meia dúzia de homens considerados idôneos.
Ou que se forme um efetivo juri não popular,mas específico,constituído por policiais,advogados e em conformidade com os julgamentos,profissões ao caso relacionadas como médicos,engenheiros,etc e sempre com a exigência da maturidade,experiência de vida trazida pela idade. Não é novidade,apenas a velha sabedoria dos chefes indígenas,ouvir antes das tomadas de decisões os anciãos da tribo,os pajés e os guerreiros,não o vulgar índio comum.