sábado, 12 de janeiro de 2013

Desobediência Civil,o retomar das rédeas de nosso destino

 
Interessante ver o ar de indignação ou reprovação de todos quando de relatos históricos ou cenas de filmes em que senhores feudais ao se deslocarem,são precedidos por guardas que empurram,batem,atropelam os cidadãos. Dirigentes e senhores da terra que para sustentar seus banquetes,roupas,castelos,extorquem impostos dos mais fracos sob ameaças de punições ou confisco. Pura lei do mais canalha que se torna forte.
 
Interessante ver o acatamento servil,desprovido de racionalidade que hoje,no século XXI,se entregam trabalhadores,pessoas de bem,ao submeterem-se ao domínio de verdadeiros senhores feudais da era moderna que se escondem sob o manto de políticos,dirigentes que conquistam o poder através de fraudes,engôdos,falcatruas conhecidas pelo nome de eleições livres.

E que fazem os presidentes,ministros,senadores,deputados?Empurram,batem,atropelam, extorquem impostos,confiscam,desapropriam,ameaçam,prendem em suas masmorras aqueles que não fazem parte da corte. Não há diferença do comportamento da Idade Média,apenas maquiagem neste comportar. Num círculo fechado,aplastam os cidadãos através do desvio dos impostos para seus castelos e banquetes,reservam pequenas bolsas de tostões,vales,cotas e magnanimamente lançam as esmolas ao ar enquanto desfilam,para delírio da ululante plebe que se julga privilegiada ao receber migalhas de seu próprio dinheiro. Círculo que se fecha quando esta plebe repetidamente vota naqueles que distribuem as esmolas ao invés de distribuírem serviços, infraestrutura,educação e círculo que se fortalece mais e mais,ao engrossar as fileiras de eleitores mendicantes nascidos e criados na vassalagem pela falta desses serviços essenciais. Na falsa democracia de um imbecil-um voto,institui-se a Ditadura da Ignorância onde aqueles que não trabalham,não produzem,não querem estudos mas apenas títulos de nobreza e diplomas concedidos pela realeza,elegem perpetuamente seus algozes vestidos de anjos benfeitores,em detrimento daqueles que por serem capazes,competentes,honestos,vivem afastados da Corte,das eternas Sodoma e Gomorra políticas,trabalham e produzem e são obrigados sob ameaça vil,a entregar o dízimo que vai sustentar a maioria parasita.

Nas intrigas e conluios da Corte,uma vez estabelecido e mantido o ciclo de perpetuação do poder,é importante manter a minoria trabalhadora e honesta com a cabeça baixa,assustada,oprimida,para que,tentando sobreviver,não tenha tempo para filosofar e rebelar-se contra sua situação felliniana enquanto caminha acuada -sem escolta e sem espada- entre os empurrões e agressões da plebe armada e livre para agir. Uma Inquisição formada por falsos intelectuais em busca de convites para os banquetes reais,vira-latas empolados lambuzando-se com restos de comida lançados ao solo nos castelos,produz teorias absurdas,calhamaços com lombadas coloridas que são disputadas avidamente para enfeitar as prateleiras vazias dos cérebros dos políticos dirigentes e que são proclamadas nas praças pelos arautos após o estridente toque das trombetas dos Direitos Humanos e do politicamente correto.
 
E pouco a pouco,os homens probos e bons vão sendo dizimados,vão desaparecendo,vão sendo obrigados a abandonar suas terras e fugir para outros Condados... A Corte torna,por decretos,crime o porte de espadas e adagas por cidadãos de bem,enquanto fecha os olhos aos bandos de salteadores de estrada que crescem na medida que se desarmam os que possuem moedas,adegas e trigo nos celeiros,os tornando alvo fácil. Com pão e vinho roubado,a plebe embriagada não incomoda,não cerca os castelos do poder. Volta e meia,na manutenção dos espetáculos de saltimbancos que distraem e dão um ar de normalidade,açoita-se um pequeno criminoso,mas só depois que este tenha matado,violentado,roubado dezenas de vítimas,destruído dezenas de famílias,espalhado a irreversível tristeza de perder um pai,uma mãe,um filho. Depois o soltam para que continue sua rapina sanguinária.
 
É preciso esconder as espadas e adagas,não entregá-las aos escudeiros do rei;fabricar lanças nos ferreiros de confiança das aldeias;dissimular os celeiros,emparedar as adegas,apagar a identificação nas paredes das casas,resistir,fortalecer-se se quisermos sobreviver. Cerrar fileiras. Enxergar claramente a presente situação. Não aceitar a ilegal autoridade da Corte. Agrupar os homens fortes,selar os cavalos e de surpresa,ao amanhecer,invadir os acampamentos dos salteadores que dormem após de uma noite de ataques e degolá-los. Incendiar as tabernas dos parasitas. Sitiar os castelos e exigir que entreguem a infância que está sendo roubada de nossas crianças. Apelar para a revolta dos filhos dos aldeões que recrutados à força,compõem as fileiras de lanceiros do poder.
 
Ninguém recebeu um direito divino de confiscar nossas moedas e espadas,de tirar nosso direito de defesa,de deseducar nossos filhos,de invadir nossas casas,de se banquetear com o fruto de nosso trabalho,roubar nossas mulheres e crianças. Gravemos em nossas mentes: somos capitães de nossa alma,mestres de nosso destino.