A
mídia abutre, os políticos e os “especialistas” que sempre
aparecem nestas horas já estão falando em crime e procurando os
autores do disparo de míssil que derrubou o Boeing 777 da Malaysia
Airlines (clique) matando seus 298 passageiros. Estão procurando no lugar
errado. Há meses que o conflito regional cresceu passando de
escaramuças para combate convencional incluindo o abate de
aeronaves. É área de conflito, não deve ser sobrevoada por aviões
civis e as agências internacionais e as companhias aéreas sabem
disso e conhecem as normas. Mas rotas minuciosamente estudadas em
termos econômicos diminuem a margem de lucros se desviadas e todos
os órgãos civis envolvidos ignoram o alerta vermelho. Combatentes,
homens em guerra, agem rápido, de seus reflexos, nível de
treinamento e tempo de resposta às ameaças dependem suas vidas e a
manutenção da posição que ocupam e ninguém sai em meio a um
combate para ir comprar pão na esquina. Mas as companhias aéreas de
todo mundo teimam em atravessar territórios em guerra, confiando que
a tecnologia, nem sempre presente vá identificar um avião civil.
Essa inconsequência derrubou o voo MH17. Busquem os culpados nas
agências internacionais de tráfego aéreo e na Malaysia Airlines e
não no campo de batalha, lá não pode haver sensibilidade ou
titubeio.