quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Desarmar é desequilibrar

Repetidamente tenho afirmado que marginais são produtos imperfeitos da natureza e que deviam ser exterminados, esperando que num futuro próximo as anomalias genéticas fossem detectadas já no ventre materno e controlados. Mas a escalada absurda da violência nesse nosso abandonado país coloca em cheque minha superficial e leiga teoria. Mesmo sem o controle das autoridades como atualmente, os assassinatos, estupros, roubos deveriam apenas aumentar proporcionalmente acompanhando o crescimento populacional e não é o que ocorre. O crime toma conta das ruas, o sangue tornou-se comum nos noticiários sem mais causar espanto. Os indivíduos,sentindo-se livres da mão da Justiça, estão mudando de lado, optando por matar ao invés de dialogar, roubar e não comprar, estuprar e não conquistar, embriagar-se e não enfrentar o mundo real e muitos são oriundos de famílias que até duas décadas atrás produziam trabalhadores, respeitadores das leis impostas.

Resolvi então dar uma olhada mais aprofundada na decantada, elogiada natureza do nosso planetinha. Usando a terminologia humana, afinal nela só se vê assassinatos, roubos, latrocínio, estupro, traição conjugal, atropelamento e até bebedeira. Agressões por motivo fútil são mais abundantes que canto de passarinhos. E tudo isso sem a mão do homem, natureza puríssima... A bicharada "é pior" que nós, pois tal comportamento é generalizado, sendo que na sociedade humana algumas raças ou países já possuem um certo autocontrole.

No mundo animal sem código penal ou policiais nas trilhas, o assassinato é o “crime”mais comum. É mito que animal só mata para comer. Mata para defender território, por fêmea, por simples instinto. Roubar é o dia a dia, macacada na frente, atacando até humanos sem nenhuma cerimônia ou medo, bichinhos roubando ovos de bichões, pássaros roubando ninhos, muitas vezes chegando ao latrocínio. O estupro é normal; cheirou, rodeou, gostou, partem para o ataque e muitas fêmeas têm que se defender com garras e dentes ou prosaicamente sentando-se como vemos a cachorrada fazer nas calçadas, traseiro colado e protegido no solo. Com a mosca-escorpião nada resolve: o macho recusado a imobiliza com uma espécie de pinça e copula à força! Na época da fruta marula muito apreciada pelos elefantes, a bebedeira é desenfreada com as sementes fermentando nos estômagos e produzindo efeitos semelhantes a qualquer outra bebida alcoólica. E não a comem por falta de alimento, é porque gostam mesmo. E um elefante bêbado se preocupa em desviar de algum animal menor que esteja no caminho? Pois é, até atropelamento por embriaguez: doloso ou culposo? Natureza...

Muito bem, e daí? Qual a ilação dessa conversa toda? Vamos liberar e desqualificar todos os crimes por serem produto da natureza? Governo e ONGs defendendo os criminosos? Bem, isso já fazem ao impor o desarmamento da população e estimular a ação dos predadores. Temos é que olhar criminosos com uma visão mais realista e impor nossa força e vontade sobre esses selvagens.

Entendendo o marginal como produto da natureza, seus atos não são auto controláveis e não é um animal que mude o comportamento senão com a evolução, que pode levar milênios; não é recuperável porque nada perdeu; age instintivamente e deve ser detido com o chicote ou com a jaula.

Ele não parece melhor nem pior que os colegas chamados irracionais, mas por possuir um cérebro mais diferenciado, pode também ser mais facilmente amestrado e contido para uma convivência suportável. Mas o adestrado somente cumpre atos por repetição, ordens, sem profundidade de conhecimento e é isso que acontece com boa parte dos humanos ainda com desenvolvimento cerebral incipiente, como na manada esquerdopata, que há um século repete os mesmos chavões sem os entender! O adestramento é a chamada Lei, sujeita a transgressões constantes quando não controlados de perto e com rigor pavloviano, tocou a sineta saliva, tocou a sirene, mãos ao alto. Abandonado o treinamento e o controle, o animal homem regride e volta a morder, matar, roubar. Até aí muito bem, tenderia para um equilíbrio e domínio dos mais fortes, como ocorre no chamado mundo selvagem. Mas na sociedade dos homens existem os animais mais evoluídos e inteligentes, responsáveis pela manutenção de todo o complexo sistema, que não são propriamente os mais fortes e que ficam a mercê dos predadores. Num círculo que tende a se estreitar, o extermínio dos mais aptos pelos mais selvagens provocará uma regressão de todos, sem indivíduos para manter o treinamento constante -imposição da lei e manutenção do desenvolvimento- para que, dependendo do estágio que os cérebros se encontram,em alguns séculos ou milênios toda a raça humana não necessite mais de domadores e rédeas, podendo entender por si própria os conceitos de vida e respeito ao próximo,constituindo finalmente a sociedade que hoje não passa de teoria danosa, o absurdo “somos todos iguais”.

Para que volte a haver o equilíbrio natural é necessário com urgência que os mais aptos, os mais inteligentes, os que são responsáveis pela manutenção das engrenagens da sociedade se munam de garras e presas artificiais -chamadas de armas de fogo- e tenham a liberdade de usá-las contra o ataque dos predadores não domesticados procurando com o exemplo da eliminação ou captura e punição severa, domar ou pelo menos controlar para o bem dos próprios selvagens, ainda dependentes de tutela. Sem isso, continuaremos voltando para a barbárie a passos largos.