terça-feira, 5 de agosto de 2014

Batalhas de La Lys e Quifangondo - Gomes da Costa, Santos e Castro e seus "aliados"...

As potências europeias relembram esta semana o início da primeira grande guerra e é claro que não poderíamos -os portugueses- deixar de lembrar do desastre da Batalha de La Lys. (Clique)  E das tentativas inglesas de jogar a culpa nas abandonadas tropas portuguesas, não só pelo governo português, por muitos oficiais, MAS TAMBÉM NOS FLANCOS QUE DEVERIAM ESTAR GUARNECIDOS PELOS INGLESES, apesar de governo e aliados terem sido insistentemente alertados sobre a situação das tropas lusitanas -que acumulavam tempo no inferno das lamacentas trincheiras sem substituição- pelo General Gomes da Costa, um guerreiro heroico em África, Índia e nos campos europeus.

E também não posso deixar de pensar que décadas após, os sul-africanos através do General Ben Roos, desertor da batalha de Quifangondo, tentaria colocar a culpa de seu ato em outro grupo português também comandados por um herói, experiente guerreiro e criador dos Comandos: Coronel Santos e Castro.

A “épica” história da atuação da artilharia comandada pelo General Roos chega a ser cômica, pois se descreve uma retirada cheia de sacrifícios, rebocando os obuses 140 através de trilhas e lamaçais, do Morro da Cal até Ambriz, para serem evacuadas numa fragata, isto porque eles haviam sido abandonados no campo de batalha sem proteção do nosso grupo e ninguém se interpunha entre eles -artilheiros heroicos- e o inimigo... A citada trilha era uma ótima estrada asfaltada e durante todo o combate o velho Santos e Castro permaneceu tranquilamente na posição e nosso grupo, este sim abandonado em pleno combate pela artilharia sul-africana, quando retornou ao Morro da Cal não encontrou nenhum artilheiro, que levaram as culatras dos obuses para que não os utilizássemos e fugiram de helicóptero para a fragata. As peças foram posteriormente levadas para Ambriz pela FNLA. Um pequeno grupo sob meu comando permaneceu ainda cerca de 10 dias na posição, que segundo o General Roos estaria deserta até que, sem armamento adequado, tive que abandonar o Morro da Cal sob forte bombardeio e cercado pelo inimigo que finalmente avançava, tudo isso enquanto o heróico General Roos já bebia seu chá quentinho em Pretória... Na net e em alguns livros abundam relatos em inglês sobre a “epopeia” do General Roos, denegrindo o nome do Coronel Santos e Castro, que em nenhum momento abandonou a posição:

(...)Colonel Santos e Castro's Portuguese Angolan commando force was also in disarray due to the loss of most of their Panhard armoured cars and the death of some of their crews in the previous day's battle. They had consolidated a short distance northeast of their earlier occupied position on a ridgeline, leaving the SADF guns and a small SADF force there to protect the SADF's guns as the most forward element and vulnerable to any MPLA-Cuban ground attack. SADF Brigadier General Ben Roos threatened to withdraw his artillery guns immediately from northern Angola if his guns were not protected by a line of troops forward of the guns. Roberto was furious at the Portuguese Angolan officers for leaving the SADF guns exposed. (clique)

O General Gomes da Costa de 1918 foi esquecido e abandonado e a inversão de valores em Portugal chegou até nos nomes, aparecendo a figura do traidor General Costa Gomes, considerado um dos “salvadores da nação” na famigerada revolução dos cravos em 1974. O Coronel Santos e Castro, já no Valhala, nunca teve uma página que o defendesse dessa calúnia dos “aliados”. 

"Na guerra, a primeira vítima é a verdade..." (Ésquilo)