O teatro da Comissão da Verdade se agitou em mais um ato completamente inútil,apresentando o fotógrafo autor da famosa foto do jornalista iugoslavo Vlado Herzog morto:“Eu, pessoalmente, achei estranho a posição do cadáver. Pela posição dos pés, os pés no chão...”(clique)
Não pretendo defender nada ou ninguém,apenas apontar uma distorção que ninguém se atreve a contestar:a"prova" que o suicídio foi forjado porque não tinha altura suficiente para o ato ou que seus pés tocavam no chão. Qualquer perito sabe que para um enforcamento,tal fato é irrelevante. Basta clicar na busca de imagens do Google em “suicídio por enforcamento” que verão tristes exemplos do que menciono,com fotos reais que chamam atenção pelos joelhos dobrados e posição dos pés muito semelhantes a do Herzog.
Se todos os que escreveram na mídia comentários como os abaixo sobre a “foto que acabou se tornando uma das marcas da ditadura militar no Brasil “acreditam no detalhe como prova,sugiro que mandem investigar as milhares de mortes consideradas como suicídio por enforcamento que acontecem anualmente no Brasil e no mundo:
Apesar de estar enforcado, tinha os pés no chão, uma situação inusitada para quem comete o suicídio.
Além disso, suas pernas estão dobradas
Herzog teria se amarrado pelo pescoço numa grade a 1,63 metro do chão. Sem espaço para que seu corpo pendesse, teria ficado com os pés no chão e as pernas curvadas, como mostrava a foto anexada ao laudo
A nota oficial divulgada pelo II Exército informava, de maneira categórica e minuciosa, que Herzog teria confessado participar efetivamente do PCB. Ele teria ainda denunciado outros companheiros antes de se enforcar. Segundo a versão oficial, Herzog se enforcou na cela com um cinto do macacão de presidiário. Seu corpo foi apresentado à imprensa pendurado em uma grade pelo pescoço. A grade era mais baixa que a altura do jornalista. Mesmo assim, a versão oficial era de suicídio.
Na imagem, Herzog aparece pendurado por um cordão no pescoço, mas com os pés tocando o chão.
Houve torturas e houve mortes de ambos os lados,estávamos em guerra. Não tenho dúvidas que o jornalista morreu ou durante uma sessão ou como consequência dela,consequência física por maus tratos ou psicológica,através de suicídio. Ambas as hipóteses não podem ser descartadas por peritos sérios e sem compromisso com o circo da Comissão da Verdade. E eu pergunto:se era para forjar um suicídio,não seria mais verossímil arranjarem outra forma ou “transferirem” o prisioneiro para uma cela onde houvesse um lugar mais alto para prender o cinto? Para quê fotografar e permitir a divulgação de uma imagem que suscitaria dúvidas?