sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Literatura: a Miserável, o Louco e o Filósofo


Tenho uma dúzia de livros publicados por aí na net, impressos ou eletrônicos, o que não quer dizer muita coisa, já que nas plataformas de edição podemos publicar até um livro com todas as páginas em branco ou 300 receitas naturais de jiló com chuchu de alguma tia nossa. O único dos meus que vende mesmo é o “A opção pela espada”. Existem três deles que gostaria que meus amigos lessem mas que são pouco vendidos pois os assuntos não são dos mais atraentes e entendo perfeitamente que nesses tempos conturbados temos muito mais coisas urgentes e práticas para se ocupar que ficar cavoucando entrelinhas de autores desconhecidos para tirar algum leite da pedra. Mas talvez nesta época conturbada é que devemos às vezes, dar atenção ao nosso interior para depois selecionar os problemas externos, enfrentando alguns e ignorando outros, diria ignorando muitos outros por supérfluos, ridículos, já que somos produtos perecíveis...

Os três livros foram escritos em tempos distintos, sem encadeamento entre si, mas o tema é o ser humano. Maria da Silva é uma catadora de lixo em sua luta diária para sobreviver, esgueirando-se pela sociedade que não a vê, a atropela quer por palavras, comportamento, quer pela interação sempre traumática com os serviços sociais, igreja, polícia. Quis tirá-la dessa invisibilidade. A conspiração de Santo Antonio do Desamparo relata o choque da aposentadoria de um cidadão de vida normal, um professor solitário e a chegada aparentemente súbita da paranoia, visto de dentro para fora, o leitor rodando com as engrenagens de seu cérebro nas situações reais e em suas decisões perfeitamente lógicas mas vistas como loucura pelos demais intervenientes. Angústias de um peixe-voador (quem compraria um livro com esse título!) talvez seja o rescaldo de quem, após contemplar a miséria da sociedade, contestar seja a chamada loucura, seja a suposta e aceita sanidade mental e olhar à volta com os olhos de um espectador externo à vida, ao planeta, começa a buscar praticidade e realidade no ínfimo tempo de permanência num inútil Universo, com o peso de uma consciência transitória chamada vida.

Livros para serem usados num momento tranquilo, à noite ou num fim de semana, são pequenos e podem ser lidos em uns 20 minutos cada. Se conquistar algumas mentes e para estas o amanhecer parecer mais claro, terei alcançado o sucesso. Olhando à volta e não somente à frente, como se portando antolhos tivéssemos e expurgados de crenças de imortalidade, poderemos paradoxalmente conquistá-la, libertos que estaremos para grandes feitos sem medo da morte, que nada mais é que um simples rearranjar de partículas. A maioria não gostará, por delicadeza dirão: bem interessante, “seu Pedro”, logo esquecerão e voltarão aos afazeres, mas como disse Albino Forjaz Sampaio em suas Palavras Cínicas, “se as leres no meio de um festim as porás de parte com enfado, mas buscarás a sua consolação quando o mundo te fizer chorar”...


O futuro do planeta é amarelo, seremos atropelados pela China!


Somos uma criança que, sentada nos dormentes, se distrai com uma briga de cachorros grandes, enquanto o trem se aproxima... Um aviso curto e grosso: 

O Mundo Ocidental está morrendo por que se acha culto e forte e, magnânimo, adotou o politicamente correto no trato da maioria selvagem. Agora vivemos assustados com o cão que rosna próximo -o marxismo- preocupados com o ulular da hiena -islamismo- se aproximando, enquanto que um elefante bravio -China- aguarda com um enigmático sorriso oriental na face. Quando o planeta estiver ferido e cansado da refrega, ele atropelará a todos. Quer ter futuro? Primeiro vista uma camiseta do Chê, depois converta-se ao islamismo e desde já aprenda chinês... Quem viver verá.