Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia? (C.Alves)
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia? (C.Alves)
O mundo assiste sem protestar a uma agressão contra um país soberano,por potências que se julgam no direito de intervir nos problemas internos da Líbia com explicações superficiais,deduções sobre futuros massacres e uma arrogância colonial que deveria deixar todos nós,países do terceiro mundo em alerta.
A França sempre se considerou o centro do mundo e uma grande potência;decadente,tem a necessidade premente de mostrar sua força. Na Itália,Berlusconi quer distrair a atenção sobre seus escândalos financeiros e sexuais. Barak Obama,com popularidade baixa,tem que se mostrar forte. A Inglaterra quer reviver as glórias do Império. Canadá é a Maria Vai Com as Outras,confiando na proteção de seu distanciamento geográfico. E a Líbia é que sofre as consequências,um pais parceiro da Europa,fornecedor de petróleo,barreira contra os imigrantes ilegais da África negra,bastião contra o avanço do islamismo radical.
O que chama mais atenção é o comportamento passional de Sarkozy,o grande responsável pela agressão contra o território líbio,agindo de forma no mínimo estranha para um chefe de estado,demonstrando uma sanha incomum,como se tratasse de um problema pessoal com Kadafi...
Com a retórica francesa de sempre anunciou:"Nossos aviões já estão impedindo ataques aéreos em Benghazi. É hora da França, ao lado de seus aliados, assumir sua responsabilidade perante a História" E seu governo confirma a destruição de tanques e veículos blindados. Os tanques iriam realizar ataques aéreos?! Ao mesmo tempo misseis e aviões da ONU matam civis líbios em seus ataques ao solo! A histeria leva ao exagero de deslocar o porta aviões Charles de Gaulle para o Mediterrâneo,num desfile de forças digno do 1º de Maio da antiga União Soviética!
Em verdade esta coalização embriagada pelo ego,está fazendo o que bem entende e o mundo não se dá conta do que isso representa,se não reagir de forma dura e imediata. Esta agressão tem que ser contida. Porque Kadafi não é o único ditador no planeta;não é o único que mata,prende ou tortura. Por quê a Líbia? Proteger civis? Rebeldes não são civis,estão armados. Se assim for,que as tropas do governo retirem seus uniformes e restaurem a ordem com seus trajes de passeio. Alguém já procurou saber qual a porcentagem de líbios anti e pró Kadafi? Os que querem mudanças e os que estavam tranquilos em sua terra? Os que não admitem intervenção estrangeira em seu quintal?
O mundo,principalmente o Terceiro Mundo,pensando em seu próprio futuro,deve intervir.
Senhora presidente do Brasil:não tenho motivo para lhe apreciar,nunca estarei ao seu lado ou de Kadafi como meus escolhidos. Mas respeita-se o posto e seu significado,não a pessoa. Permita-me alertá-la: a aspiração do nosso governo a um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas tem sido de uma ineficiência constrangedora. Agora é a hora de mostrar às nações uma posição firme,assumindo uma liderança que a pujança brasileira permite no cenário internacional. A Argentina já saiu na frente. De maneira firme,independente de ideologias,defender não uma ditadura,mas o direito de uma nação resolver sozinha seus problemas internos,mantendo sua inalienável independência. Mas tem que ser agora,ou a truculência contra os mais fracos voltará a ser uma norma aprovada pela ONU,que se transformará em advogada de um Grande Leviatã Mundial.
Em cima do muro não se consegue sentar numa cadeira.
Atualização : um dia após esse texto discorrendo sobre o óbvio que só os especialistas e assessores políticos não enxergam,Dilma Roussef divulgou nota pelo Itamaraty pedindo o cessar dos ataques contra a Líbia,mas no tom frouxo de sempre da diplomacia brasileira.
Atualização : um dia após esse texto discorrendo sobre o óbvio que só os especialistas e assessores políticos não enxergam,Dilma Roussef divulgou nota pelo Itamaraty pedindo o cessar dos ataques contra a Líbia,mas no tom frouxo de sempre da diplomacia brasileira.