O Vaticano já era.
O Cristo Redentor já é chamado de baixinho. Santuário de Aparecida
virou kitnet. Foi inaugurado o Templo de Salomão do Edir, cem mil
metros quadrados de obra, 54 metros de altura! (Clique) Com a presença da
marxista Dona Dilma se esforçando para parecer que levava tudo
aquilo a sério, governadores, prefeitos, ovelhas de
rebanhos de todo o mundo. Até de Israel, que apesar de ter problemas
de espaço territorial, perdeu 40.000 metros quadrados de boa pedra
de Hebron, Cisjordânia, que foi usada no revestimento das paredes do
mega templo. E, acredite se quiser, já tinha fiéis com os cornos
encostados nelas a rezar igualzinho no original Muro das Lamentações,
enquanto que o Bispo Macedo passeava fantasiado de profeta com
direito à longas barbas brancas! Incorporou! Encarnou! E
aparentemente o próprio Deus tentou enviar sua mensagem, mas falhou,
é Brasil, e nos telões externos apareceu: sinal fraco ou
inexistente. A ateia
Dilma apostaria no
“inexistente”...
A
construção foi cercada de
milagres, milagres que nós infiéis não temos a graça de receber:
IPTU zero por 35.000 metros quadrados de terreno no coração de São
Paulo, além de, por ser uma obra do Senhor e sendo Ele quem criou a
Terra, o alvará foi considerado, muito apropriadamente, como de
reforma e não de construção, que ficaria milhões mais caro! Tem
lógica.
Olho
tudo isso meio assustado, preocupado com o declínio da sanidade
mental da grande manada e estarrecido ao ver que
a sociedade regride, com autoridades
de todos os setores e matizes políticos, pelo sim pelo não,
sentadinhas escutando a pregação do poderoso dono da Record, amigo
do dono do Mundo,
dentro da
réplica de um templo dos tempos em que se considera que os homens
eram infinitamente mais ignorantes que nós, os modernos, com nossa
ciência, descobertas, tecnologia. Com
arca da aliança e tudo. Só
faltava a Dilma ter um estremilique,
se jogar no chão, dizer que encontrou Jesus e
o paralítico Brasil retornar a andar!
Mas
neste país pobre e bizarro, de gente cada vez mais estranha e
andando para trás, não há grande diferença entre políticos que
representam a Terra e os sacerdotes que representam o Céu, aqueles
com seus estádios e estes com seus templos, pois em detrimento da
educação, alimentação, saúde, bem sabem eles que a plebe rude
quer mesmo é prazer imediato e esperanças de algo grande para si,
mesmo que nunca se concretize, fazendo das construções e
espetáculos gigantescos, imensos consultórios de psicologia (e
psiquiatria!) a granel, terapia no varejo, pastoreando fiéis e
eleitores, pouco importando se os gnus rumam impávidos e cegos para
o grande desfiladeiro do Caos.