sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Templo de Salomão: a sanidade mental e a filial de Deus no Brás.

O Vaticano já era. O Cristo Redentor já é chamado de baixinho. Santuário de Aparecida virou kitnet. Foi inaugurado o Templo de Salomão do Edir, cem mil metros quadrados de obra, 54 metros de altura! (Clique) Com a presença da marxista Dona Dilma se esforçando para parecer que levava tudo aquilo a sério, governadores, prefeitos, ovelhas de rebanhos de todo o mundo. Até de Israel, que apesar de ter problemas de espaço territorial, perdeu 40.000 metros quadrados de boa pedra de Hebron, Cisjordânia, que foi usada no revestimento das paredes do mega templo. E, acredite se quiser, já tinha fiéis com os cornos encostados nelas a rezar igualzinho no original Muro das Lamentações, enquanto que o Bispo Macedo passeava fantasiado de profeta com direito à longas barbas brancas! Incorporou! Encarnou! E aparentemente o próprio Deus tentou enviar sua mensagem, mas falhou, é Brasil, e nos telões externos apareceu: sinal fraco ou inexistente. A ateia Dilma apostaria no “inexistente”...

A construção foi cercada de milagres, milagres que nós infiéis não temos a graça de receber: IPTU zero por 35.000 metros quadrados de terreno no coração de São Paulo, além de, por ser uma obra do Senhor e sendo Ele quem criou a Terra, o alvará foi considerado, muito apropriadamente, como de reforma e não de construção, que ficaria milhões mais caro! Tem lógica.

Olho tudo isso meio assustado, preocupado com o declínio da sanidade mental da grande manada e estarrecido ao ver que a sociedade regride, com autoridades de todos os setores e matizes políticos, pelo sim pelo não, sentadinhas escutando a pregação do poderoso dono da Record, amigo do dono do Mundo, dentro da réplica de um templo dos tempos em que se considera que os homens eram infinitamente mais ignorantes que nós, os modernos, com nossa ciência, descobertas, tecnologia. Com arca da aliança e tudo. Só faltava a Dilma ter um estremilique, se jogar no chão, dizer que encontrou Jesus e o paralítico Brasil retornar a andar!

Mas neste país pobre e bizarro, de gente cada vez mais estranha e andando para trás, não há grande diferença entre políticos que representam a Terra e os sacerdotes que representam o Céu, aqueles com seus estádios e estes com seus templos, pois em detrimento da educação, alimentação, saúde, bem sabem eles que a plebe rude quer mesmo é prazer imediato e esperanças de algo grande para si, mesmo que nunca se concretize, fazendo das construções e espetáculos gigantescos, imensos consultórios de psicologia (e psiquiatria!) a granel, terapia no varejo, pastoreando fiéis e eleitores, pouco importando se os gnus rumam impávidos e cegos para o grande desfiladeiro do Caos.