Imediatamente após o acidente com o voo 447 da Air France,Rio-Paris,as buscas foram intensas,com grande chance de se delimitar o local aproximado da queda pois os destroços encontrados,mesmo com as correntes marítimas,pelo tempo decorrido não se afastariam muito da zona de impacto. Posteriormente as buscas foram retomadas com equipamento sofisticado,sem maiores novidades e tudo permaneceu parado,até que a Justiça francesa confirmou o indiciamento da AirBus,fabricante da aeronave e da Air France. Ambas apostavam em fenômenos meteorológicos para explicar a queda,uma fatalidade,esperavam uma possível absolvição e protelam o vultoso pagamento de indenizações,estimadas por especialistas em seguros como um dos maiores da história da aviação, podendo chegar a 700 milhões de euros.
A Air France declarou um prejuízo de 132 milhões de euros em 2010 e a EADS,controladora do consórcio fabricante do Airbus anunciara um prejuízo de 763 milhões de euros em 2009...
Os especialistas e a justiça acreditam na falha do tubo de Pitot,que teria congelado e transmitido informações errôneas aos computadores de bordo,causando perda de controle da aeronave e que o fabricante do Airbus e a Air France tinham conhecimento da eventual pane e não tomaram medidas preventivas. Eles negam e reafirmam suas teses de simples fatalidade,portanto sem maior dolo e apontando para a inocência dos réus,reduzindo a uma pequena indenização normal,coberta integralmente pelo seguro e sem danos ao combalido consórcio EADS. As caixas pretas podem definir,de forma perigosamente definitiva a culpabilidade ou não,por isso a esperança na decisão da Justiça,que sem os dados nelas contidos, lhes ser favorável. In dubio pro reu... Não foi.
Em 17 de março,a Airbus foi indiciada;Enders,da EADS não concordou e considerou a decisão da justiça prematura. No dia seguinte,18,foi a vez da Air France ser também indiciada;o Diretor Geral da companhia,Pierre Gourgein contestou e considerou a decisão sem fundamento.
Uma semana após o indiciamento pela Justiça,foi anunciada uma nova busca pelas caixas pretas,financiada desta vez pela Airbus e Air France. Com custos estimados de 10 milhões de euros,uma bagatela se comparada aos valores acima. Anunciada no dia 25 de Março,os navios deixaram o porto de Recife no dia 28,iniciaram as buscas no dia 30 e anunciaram a descoberta da concentração principal dos destroços quatro dias depois,3 de Abril...Uma sorte fantástica,já que anteriormente foram procurados à exaustão. Com estas novas provas,tornam-se prematuros,como afirmara Enders,os indiciamentos da justiça francesa...
Para mentes férteis,daria um bom romance de ficção criminal...