segunda-feira, 2 de julho de 2012

A Internet e a infantilização dos jovens

Assisti ontem algumas entrevistas na TV sobre a Internet e seus efeitos sobre os jovens. A opinião dos especialistas do ramo é a mesma dos adultos de meia idade,boquiabertos com o nível superficial das gerações que estão vindo por ai assumir o controle. As horas passadas defronte ao computador em joguinhos bobocas ou nas redes sociais se limitando a copiar e colar frases pré-fabricadas,a desconstrução da Língua Portuguesa,substituída por sinais rupestres nas paredes eletrônicas,abreviações exageradas que posteriormente pretendem impingir aos professores nos poucos textos que ainda escrevem nas escolas,afastam os jovens das leituras necessárias de um jornal,de um livro,de conversas e troca de informações para entender o mundo ao redor.
O resultado é a infantilização,o pensamento improdutivo,a cultura superficial que os deixa calados,sem assunto numa roda de adultos “tradicionais”,modelo antigo,que consideram ultrapassados. Segundo o professor Mario Cortella,o jovem de hoje não navega na Internet,ele naufraga!
Acredito que infelizmente,esse “naufragar”se estende a todas as idades num patamar de crédito perigoso,concedido a qualquer um que se esconda atrás de uma página chamativa ou repleta de adocicadas mentiras,um divã eletrônico que resolve de imediato qualquer problema a qualquer hora,como descrevi no artigo "Internet: o Grande Leviatã cibernético":

“Qualquer gestor de um Blog ou Site,assim que começa a ter um fluxo regular de visitas recebe o choque que representa a avalanche de e-mails em busca racional ou mesmo desesperada de explicações,conforto,diálogo, orientação,muito embora esse gestor seja apenas um homem comum como qualquer outro. Mas no mundo cibernético representa,pelo menos para muitos brasileiros,o que está deixando de existir no mundo real,palpável,pelo abandono e sucateamento das instituições de justiça,ensino,saúde,a destruição dos valores familiares por parte do nosso governo:um ponto de contato rápido,uma ligação direta individualizando o problema mas preservando a imagem pessoal num momento fraco ou confuso de que um cidadão se envergonha ou de indignação necessitando de desabafo imediato. As mensagens variam de simples lamentos,sem sinal de esperar respostas,confusos monólogos de bêbados nas madrugadas,alguns nitidamente sob efeito de drogas outras que não o álcool,até inteligentíssimas colocações em busca de porquês diante da inversão de valores que vivemos no Brasil. 

Sem o correto paradigma e apoio do Estado que ruma ao anarquismo pela perda progressiva do respeito à autoridade,a Internet está se transformando no grande divã psiquiátrico,no consultório do psicólogo,na sala do delegado -espaço já ocupado pela mídia televisiva- mas ganhando poder pelo aparente anonimato e facilidade de acesso,que em mãos erradas pode se transformar em mais um monstro a nos invadir e dominar. Um Leviatã Cibernético.”