quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Coreia do Norte:Kim Jong-un,o condômino encrenqueiro


Condomínio Terra,terça-feira,12 de fevereiro de 2012. Os condôminos mais ilustres já não se incomodam com a barulheira nos andares de baixo onde moram os brasileiros,sabem que dura pouco,depois se calam pois têm que correr atrás do pão fujão de cada dia. Os moradores da cobertura,os norte americanos,nem mesmo escutam. Fora as brigas de família,comuns nos superlotados apartamentos de quarto e sala dos africanos e da jogatina nos duplex dos endividados europeus que andam atrás de qualquer dinheirinho,tudo parecia bem no enorme prédio.

Mas como pode ser tranquilo morar em um edifício habitado por bilhões de inquilinos,quando a síndica ONU não pode entrar e fiscalizar cada apartamento? Ela mesmo tem rabo preso,volta e meia tem dois pesos duas medidas,o Kadafi e o Saddam que nunca mais tinham incomodado ninguém no prédio que o digam. Mas no caso do Kadafi parece que quem agitou para o despejo foi aquele baixinho francês que devia dinheiro para ele e não queria pagar. Fofocas?

Mas o fato é que uma (outra)explosão abalou o prédio nesta terça-feira,a terceira provocada pelos norte coreanos da Ala Leste,que não se importam com o gás aberto. Clique.Sem comida mas com fogões cada vez mais perigosos,basta uma faísca para atingir até a tranquila e isolada cobertura dos norte americanos,sem contar que os moradores sul coreanos,um pessoal tranquilo,trabalhador,que não incomoda ninguém são vizinhos de andar com os parentes bagunceiros e desafetos! Durma-se com uma ameaça desta!

O prédio está velho,as regras são antigas e em nome das tradições e liberdade de cada condômino,tem sido permitido que até herdeiros inexperientes ou velhos dementes dirijam os apartamentos,sujem a piscina e os corredores,façam ligações elétricas perigosas,descurem da segurança que atinge a todos. É preciso mudar e isso é muito difícil,ninguém quer abrir mão de seus direitos esquecendo-se que estão sobre os mesmos alicerces. É necessário que se convoque uma reunião de condomínio,aumentar o poder da síndica desde que se aumente o poder de fiscalização do conselho sobre ela e mudar as regras. Sujou,pagou,bagunçou,advertência,depois multa,depois expulsão do responsável,à força se necessário,passando o apartamento a ser dirigido pelo Conselho até que o resto da família passe a se comportar decentemente.

Xenofobia burra não deve ser confundida com orgulho nacional,aceitar a liderança de loucos ou crianças inexperientes é uma ofensa para o próprio povo que,se não tem forças para se rebelar,assumir seu destino,que ajude ou se curve à intervenção antes que se autodestrua e leve muitos junto. O planeta é uma casa só,está lotada e ninguém pode mais agitar ao seu bel prazer sem que dê cotoveladas no vizinho.
 
 
 
 

O carnaval e a quarta-feira:o real não é de cinzas


A leve brisa do desengano é suficiente para afastar as cinzas e mostrar a brasa do real que queima contínua,alimentada pelo oxigênio do impalpável tempo que corre,escorre,foge. Os olhos antes brilhantes estão opacos,as bocas que pronunciavam palavras como êxtase,alegria,emoção,estão mudas ou balbuciando alguma coisa rotineira,dolorosamente sem fantasias. O resto de maquiagem que teima em ficar não mais transforma o ser em rei ou rainha,é apenas um produto químico que mancha o rosto.

Êxtase:estado nervoso caracterizado pela perda de consciência da própria existência.

Ou seja, o indivíduo se esquece para sentir-se maravilhado com algo. Com a noção de si próprio, do real que o envolve e do tempo que não se pode agarrar, não há deleite total. Notem que tudo -absolutamente tudo- classificado como diversão, lazer, gozo, arrebatamento, tem como característica primeira, forte, o apagar do entorno, o esquecer: música, filmes, games, danças, sexo, bebida, drogas... Por instantes o homem deixa de existir como ser humano, transforma-se, transporta-se para um espaço onde não há dor, tristeza, trabalho, problemas, doenças, morte... Fica mais próximo dos animais selvagens, livres de rédeas, amarras, convenções, leis, vivendo cada dia, cada hora, cada minuto por vez,  sem extrapolações inúteis, cálculos futuros e principalmente sem noção contada, contabilizada, somada matematicamente da morte, do fim.

Tendo em vista que o final de todos,animais racionais ou não, é o dissolver-se,virar adubo, quem vive mais plenamente? O arrogante humano com seu supérfluo cérebro que cria produtos e eventos incessantemente para fugir de si próprio ou os animais que correm livres, vento no focinho, saciando a fome e sede por instinto, trabalhando exatamente o necessário para isso e passando a maior parte do tempo enrodilhados com os seus, em paz e sem porquês?