terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Relembrando a Doutrina da Violência


Publiquei a Doutrina da Violência em 2000,como parte do livro “A Grande Manada”que em sua segunda edição,devido ao primeiro título ser confundido com outras manadas menores -religiosas ou ecológicas- foi rebatizado com o nome de “O infinito não tem pressa”. E sem pressa,o texto que foi considerado exagerado na época,hoje é quase fraco face ao caos,ao descalabro,à falência moral,ao abandono da população decente (uns 40% do total de habitantes)nas mãos dos bandos armados num País-Comunidade,gigantesco morro gerido ao bel prazer dos narcotraficantes que devidamente cobraram sua parte no butim ao colaborarem financeiramente com a eleição da Grande Quadrilha ora no poder. Deixei de perder tempo com textos indignados já que uma anestesia toma conta até das mentes mais elevadas que aceitam com naturalidade que entre os maiores escândalos de nossa história,de corrupção,roubos descarados,desvios de dinheiro público,violência sem par no mundo,acusem, julguem e ameacem com prisão apenas os capangas,como se existissem quadrilhas tão poderosas sem um chefe! Mesmo que este,em poucos anos,passe de vagabundo a bilionário! Sem mais estímulo para escrever,repito abaixo,só de birra,a publicação da Doutrina da Violência,que já apareceu neste Blog em fevereiro de 2011,para os que ainda não a leram. Verão que não é exagerada nem irreal. Irreal é a situação presente...
 
 
A DOUTRINA DA VIOLÊNCIA
 
Pedro Marangoni
 
A Doutrina da Violência nada mais é -como dirão os teóricos engajados de sempre- um retrocesso no tempo. Concordarei com eles desta vez,sempre prontos a criticarem as ideias alheias citando outras também alheias. E os velhos tempos,melhores não eram? A violência crescente,indomada,gratuita é uma obra prima destes teóricos que vivem longe da realidade,se auto bajulando e recitando ideias trocadas,alimentados pela condescendência da maioria que vive a realidade mas que por dedicarem seu tempo ao trabalho e criar suas famílias,não se manifestam,assistindo ao construir de normas e procedimentos absurdos que obstaculizam seu dia a dia,tirando-lhes inclusive o direito natural de defesa. E lobos atacam carneiros,não tigres....

Então devemos sim retroceder ao tempos que todos eram lobos,que respondiam rosnadas com rosnadas, mordidas com mordidas. E nos primeiros momentos de reação,teremos que ser tigres... Violência contra violência. E os direitos humanos?,perguntarão. Ora,é justamente o que estamos defendendo,o direito dos humanos contra os animais que matam,que roubam,que estupram,que ameaçam a matilha. Então virá o argumento de que ,com a impunidade para todos,com o uso generalizado de armas,haverá um aumento da violência. Haverá sim. Morrerão inocentes. Morrerão sim. E quem está morrendo hoje nas nossas ruas?Não são inocentes?E suas mortes não servem para nada,algo muda?Na Doutrina da Violência,as mortes dos inocentes servem para uma causa,após o pico de agressões e ataques gratuitos, como em vasos comunicantes haverá um equilíbrio de forças. Um recuo nos crimes. O marginal saberá que sempre poderá encontrar reação e não agirá com a mesma desenvoltura de hoje. E com forças equilibradas,a balança tenderá para os que tiverem uma mente superior,que obviamente não é o pária da Sociedade,não é o degenerado. Dirão os juristas que esta liberdade de ação levará à ditadura dos mais fortes e eu digo que isso já acontece,e os mais fortes são os marginais. Temos que retomar o poder para os verdadeiros cidadãos.

Mas surgirão quadrilhas bem armadas para atuarem,dirão...Mas já existem e a população poderá constituir seus grupos de defesa também,com fins muito mais nobres,bem equipados,treinados e atuando com inteligência contra um inimigo débil em razão. E os homens comuns que em condições normais nunca agiriam,não poderiam,pela impunidade e uso indiscriminado de armas,causar violência e mortes gratuitas,por motivo fútil?Sem dúvida e eles já estão considerados no período inicial,antes do equilíbrio. Servirá para colocar a desnudo os criminosos em potencial,espécimes que de terno e gravata podem estar trabalhando ao seu lado,cheios de mesuras e olhar dócil mas que volta e meia causam tragédias inesperadas e aparentemente inexplicáveis

Balança,equilíbrio,predomínio e vitória dos mais aptos. Já estamos vivendo o caos,mas nos acostumamos a ele,por ter chegado paulatinamente. E nos deixamos amarrar demais pelas normas e pelo patrulhamento das minorias atuantes. O resultado é,que embora a maioria pense assim,assustam-se por exemplo quando acima deparam com a sugestão “grupos de defesa”...A lei pune por incitamento à violência!Defender-se dos que a causam constitui crime!A lei é que incita a violência ao punir indiscriminadamente ao marginal e ao cidadão que defende o seu lar!O homem de bem recua,pois sempre tem muito a perder. Em consequência das injustas leis,a escapatória tem sido buscar meios desesperados de defesa passiva,dando somente ao marginal a liberdade de viver e circular,enquanto se desenvolvem e se multiplicam as construções que são o retorno dos castelos medievais, dentro de feudos -os condomínios,os cavaleiros com suas armaduras-os ternos de dyneema ou kevlar à prova de balas,automóveis blindados usados para o trabalho como se partissem para a guerra,grades nos terraços e janelas,transformando lares em prisões. E pobre do honesto e trabalhador cidadão que ouse matar um animal com pele de gente que derrube todas as defesas e penetre na casa atacando sua família;terá problemas para o resto da vida com a Justiça,além de ser muito mais espoliado por verdadeiras quadrilhas que vivem da extorsão sob ameaças veladas ou não às vítimas,dentro de delegacias ou escritórios de advocacia. É o que nos difere da Idade Média,para pior. Naqueles tempos menos hipócritas,o cavaleiro podia brandir sua espada para se defender...
 
Normas práticas a serem aplicadas?Por exemplo,a munição que já existe,”home defense”é de pequeno alcance,projetada para defesa pessoal,sem colocar pessoas em perigo por bala perdida;aperfeiçoá-la,liberar armas curtas e com este tipo de munição somente,para uso do cidadão. Mas quando digo liberar é o uso sem burocracia, compra e porte imediatos. Bandidos comprariam...Sem dúvida,mas eles já tem acesso a equipamentos melhores. Cidadãos comuns não saberiam usar...Mas o Estado exige treinamento também para os marginais?A intervenção do Estado na vida dos cidadãos e sua defesa tem se mostrado tremendamente ineficaz;ao Estado foi concedido o poder,nos primórdios da civilização,através de uma transferência permitida pelos cidadãos,para que um poder maior,central, os defendesse não só dos vizinhos mas os organizasse de forma eficaz contra inimigos externos. Os tempos mudaram,o Estado continua válido para a defesa externa e sem dúvida os homens sempre atenderão ao chamado da Nação,reconhecendo a autoridade governamental. Mas no âmbito interno esta autoridade não mais está sendo válida e nós,cidadãos, temos o direito de exigir a devolução desta concessão uma vez que estamos já há muito tendo que cuidar pessoalmente de nossa segurança,através de contratos particulares com firmas, guarda-costas e sacrifícios pessoais,quase sempre à revelia da lei e sujeitos a sermos punidos por termos algum patrimônio a defender. Como um pai que passa a casa para o nome do filho e é colocado por este para morar no quintal,sem mais direitos.
 
Se o Estado é incompetente para gerir nossa vida deve abrir mão deste direito e não interferir nas decisões e atos dos cidadãos tomados em defesa de suas famílias e bens. Mesmo que estes atos sejam de ordem preventiva. A Polícia nunca ganhará a guerra contra os marginais devido a uma política hipócrita que dita regras estritas para serem seguidas em combate a um inimigo que não as têm!Se um cidadão com emprego e residência fixa mata um elemento com histórico de assassinatos,roubos ou outros delitos,deve ser deixado em paz sem qualquer burocracia.-”Mas o marginal poderia ser recuperado para a Sociedade,ele é apenas uma vítima do Sistema,não teve oportunidades,etc,etc...”À cantilena dos teóricos ingênuos respondo que,com um décimo de um resgate qualquer conseguido em um sequestro,um cidadão normal poria sua vida em ordem,adquiriria bens duráveis,produziria e daria empregos;o marginal passa a vida roubando e continua na miséria,pelas suas mãos passa muito mais dinheiro do que pelas mãos de um trabalhador comum,mas se esvai pela sua incapacidade de gerir seja o que for,trata-se de outra espécie de animal,assemelhado ao homem apenas,um incidente genético. E não tenho dúvidas que num futuro não tão distante,será através da ciência genética que se acabarão com os criminosos,impedidos de se procriarem ou detectados ainda no ventre materno e ali mesmo sendo tratados para nascerem normais;não se trata de problema social e portanto nunca será resolvido socialmente pois não são vítimas do Sistema e sim produtos imperfeitos da natureza. As raposas,cachorros do mato e lobos são canídeos, assemelhados,podem ser confundidos mas não se trata dos mesmos animais embora pertencendo à mesma espécie. Pela premissa errada de que somos produtos de um Criador é que teimamos em criar raposas com lobos. Fossem a pobreza e as diferenças sociais gritantes motivação para o crime,a vida em países como a Índia seria impraticável...

Crimes ou atos infracionais,não importa a idade de quem os cometa indicam uma tendência inata,um inimigo a ser combatido,que sempre voltará a delinquir com mais experiência e portanto com mais perigo,causando danos maiores;fim da impunidade para os chamados menores, uma pequena mancha que sempre vira um tumor maligno...

E o que fazer com marginais capturados vivos?Aos que representarem alta condição de periculosidade,sem dúvida alguma a pena capital. Que não deixa de ser um prêmio,se relermos a Angústia de Deus (
O Infinito não tem pressa) mas que é concedido para que não ameacem eventualmente outras vidas úteis,além de não se gastar com seu confinamento. Aos autores de crimes envolvendo violência,trabalhos forçados para produzir bens e indenizar a Sociedade. Vigiados pelas Forças Armadas,que assim treinariam seus homens;morariam em campos de prisioneiros, acampamentos provisórios por eles construídos,abrindo estradas e outras atividades,sempre produzindo a totalidade de seus alimentos,com gasto zero,sem direito a nada que o trabalhador honesto não tivesse acesso,como ocorre atualmente. Se houver,por exemplo, excedente de remédios,vacinas,após todos os cidadãos terem sido atendidos,poderão receber quando necessário. Os teóricos defensores de direitos humanos para criminosos terão o direito de abrir mão de sua parte em favor dos confinados,bem como viver nos acampamentos para cuidá-los,obviamente pagando seus custos. Não é admissível que um trabalhador passe fome com sua família enquanto o Estado fornece refeições,abrigo e assistência médica aos criminosos. Em acampamentos fixos,seriam instalados asilos para os que não conseguissem mais trabalhar,sempre cuidados pelos colegas que também teriam que fornecer seus alimentos. Aos autores de crimes sem violência,incluindo os econômicos,seria dada a opção de viverem em reservas isoladas sem vigilância,constituindo suas próprias comunidades sem qualquer ligação ou ônus para o Estado. Em caso de serem capturados fora das reservas,internação nos campos de prisioneiros,sem necessidade de julgamento.

As ideias chocam?E as cenas diárias de crianças perdendo os pais assassinados,de pais perdendo os filhos,de garotas sendo estupradas,de trabalhadores perdendo o fruto de toda uma vida de esfôrço honesto,não chocam?É necessário acabar com a hipocrisia,é necessário retirar a máscara social e não temer exprimir os pensamentos. Somos reféns de verdadeiros criminosos inconsequentes fantasiados de mestres,filósofos,cientistas sociais e políticos que nos amordaçam sob pena da execração pública ou processos vis e artificiais.

E são eles os grandes responsáveis pelo rebanho de carneiros sendo devorado pelos lobos impunes.