O gigante adormecido finalmente acordou. É um enorme Haiti indolente que se olha no espelho e enxerga uma Suécia. E a plebe rude comemora com Marchas à Ré pelas cidades do país inteiro,com suas cartas de alforria assinadas pelo STF,os capatazes do poder,feitores servis,lacaios emplumados que vaidosos,exercitam sua retórica onde a construção das frases,a estética vernácula,a poesia que lapida as duras arestas da fria Constituição é o que conta. Em seu pomposo semicírculo onde só falta a fogueira central,a antes vetusta e respeitada toga negra se revela apenas uma vulgar capa preta de carnaval veneziano, num culto aos deuses pagãos do politicamente correto,da balbúrdia,da incoerência,do estímulo ao suicídio da sociedade.
A Grande Marcha à Ré dos Idiotas comemorou o óbvio – a liberdade – de maneira equivocada,turbamulta imatura que em tropel,desvairada se chafurda birrenta,batendo as patas na papinha saudável que a Mãe Democracia lhe servia. Precipitam-se às portas da geladeira da Anarquia arrombada pelo STF e se empanturram com as perigosas e facilmente digeríveis guloseimas do errado,do proibido,do danoso.
A Suécia do Espelho passou décadas tentando e conseguindo aos poucos,embora sempre como macaco de imitação,coibir o fumo – o cigarro comum – em restaurantes,locais públicos e deixar claro o dano para a saúde do fumante,que não é só problema dele,pois dá um enorme prejuízo à Saúde Pública,dinheirinho nosso para manter a vida de viciados cancerosos agonizantes. Vencendo até a poderosa industria do tabaco,que poderia,sem clientela,vender sua matéria-prima como inseticida na agricultura,onde dá ótimos resultados – comprovados - pelo seu poder de destruição das pragas...
Agora,de chofre,libera -com eufemismos e negativas – a maconha! Não me venham com essa absurda conversa que é apenas direito de expressão! O STF pediu para ser desrespeitado junto com as leis num masoquismo estranho,suicida:não poderá haver apologia ou consumo de drogas nas marchas de drogados! Pediu e consegui! Diante das câmeras todos puxavam seu baseado na cara de uma Polícia acuada,confusa e impotente e o STF ficará calado,avistando já no horizonte,indo embora sem adeus,o respeito que o Supremo conquistara em sua história austera. Carnaval de Veneza numa sala de espelhos mágicos.
O cigarro é problema de Saúde Pública;a maconha,de Segurança Pública. Pior que a maconha,foi a retórica do Supremo que instigou a massa a se manifestar com marchas irreprimíveis substituindo as vias legais. As marchas agora são a moda,o plus do momento. Diz o Major da PM na Paulista:estamos aqui para garantir a livre expressão do pensamento,enquanto os motoristas tinham seu direito de ir e vir tolhidos pelo vil populacho desocupado que bloqueava a importante avenida! Mas o direito de ir e vir não está na moda...Não senhor Major,sua função não é garantir a livre expressão,o senhor está é perdendo funções,está aí,no meio da avenida como um fantoche,seguindo diretrizes emanadas de antigos terroristas,assaltantes de bancos,marginais que no passado eram objetivo de captura por parte de seus colegas mais antigos. Hoje,o senhor apenas faz parte involuntária de um processo de desmoralização das instituições nacionais,das tradições,do respeito,de afronta à Justiça para servir a interesses particulares de manutenção do poder pela doma da manada,quebrando-lhe a vontade através das drogas e da permissividade. Nesse grande Haiti que despertou,o terremoto é moral...