quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Brasil, a terra onde o Grande Leviatã enlouqueceu

"Na realidade, o governo assume a tarefa de proteger, mais ou menos, a vida dos cidadãos contra os ataques diretos e brutais. Ele reconhece e legaliza um certo número de direitos e deveres primordiais e de usos e costumes, sem os quais é impossível viver em sociedade; organiza e dirige alguns serviços públicos como os correios, as estradas, a higiene pública, o tratamento de águas, a proteção das florestas etc; abre orfanatos e hospitais e compraz-se em mostrar-se, na aparência, e isto é compreensível, protetor e benfeitor dos pobres e dos fracos. Mas basta observar como e por que ele realiza estas funções, para se ter a prova experimental, prática, de que tudo que o governo faz é sempre inspirado de dominação, e ordenado para defender, aumentar e perpetuar seus próprios privilégios e aqueles da classe da qual é o representante e o defensor." Errico Malatesta
 
Sem dúvida, apenas erra o anarquista Malatesta ao considerar em seus pensamentos os homens como sendo todos iguais em capacidade e iniciativa. Daqui a milhares de anos de evolução genética, guerras e epidemias filtradoras, a Anarquia em seu verdadeiro sentido de não governo, sem poder central, se instalará naturalmente. A Anarquia não é utópica, utópico é o conceito de que somos todos iguais e que a democracia é o governo do povo para o povo. É bom frisar que o que chamam popularmente de anarquia por aqui é uma deturpação que confunde sem governo com sem ordem, baderna, vandalismo.
 
Deixei de escrever sobre o Reino da Ignorância, Brasil, um pretenso país moralmente falido porque não vale mais a pena, chegamos ao fundo do poço quer como Nação quer como cidadãos. De nada adianta discussões sobre corrupção, violência, narcotráfico, pois o problema é mais profundo, vai da regressão acentuada do humanoide brasileiro à certeza de que o governo, o Grande Leviatã, tornou-se um inimigo do homem e não seu protetor e deve ser combatido e exterminado. Nada pode me obrigar a respeitar tais governantes que hoje temos, indivíduos amorais e perniciosos que mudam ao seu bel prazer e elucubrações de momento, a vida dos cidadãos quase sempre contra as mais elementares regras do bom senso e até mesmo da natureza humana.
 
Assisto abismado, por todo o país, a concessão governamental à baderna, à destruição de bens públicos e privados em nome da liberdade de manifestação num arremedo patético de democracia, com marginais mascarados desfilando impunes perante as forças policiais acuadas ao mesmo tempo que fui surpreendido esta semana por um desvario governamental que se voltou, no Rio Janeiro, contra o cidadão que joga um fósforo ao chão e o multa imediatamente! Estariam se imaginado na Suíça? Na Nova Zelândia? Pela lógica do momento surrealista que ora vivemos, se o cidadão estivesse mascarado e com algum cartaz de protesto nas mãos não seria multado e poderia jogar não o palito de fósforo, mas sacos de lixo no meio da rua? Ou por outro lado os baderneiros que infestam o Brasil, no Rio de Janeiro podem continuar a quebrar vitrines de lojas e bancos mas serão multados pelos cacos de vidros que caírem nas calçadas?
 
Que o governo antes se multe pela moral, pela segurança, pela decência que diariamente lança ao chão do Brasil.