Os treinadores de futebol não pensam somente como seu time vai atacar e fazer gols mas como o adversário vai jogar para não serem surpreendidos. É preciso pensar como o inimigo para poder neutralizá-lo. E isso é válido também para as autoridades de segurança. Os pirotécnicos treinamentos antiterrorismo para a Copa parecem esperar um tradicional e clássico ataque, Munique 1972 style, com terroristas comparecendo em pessoa, com máscaras ninja e tudo o mais como nos filmes de ação. Não é bem assim, as coisas mudaram. Se eu fosse uma autoridade do setor, mandaria cobrir os estádios com telas de proteção, porque os drones do mal vêm aí...
Hoje, um nerd gordinho, de grossos óculos e comendo um hambúrguer, entra num site qualquer de vendas, gasta uns dois mil reais num drone, plota o exato centro do gramado do Itaquerão no Google Earth e o programa no GPS da maquininha voadora e voilá: para um bilhão de espectadores do planeta, exibe uma faixa bem acima da cabeça da celebridade que vai dar o pontapé inicial do torneio, xingando a genitora da autoridade máxima do país... Mas poderia plotar um palanque, um trajeto e no lugar da faixa, um quilo de explosivo plástico, por exemplo. A capacidade de carga dos drones à venda como brinquedo variam, mas podem ter suas pás (hélices) otimizadas para transportar mais. Aliás, sempre um passo à frente das autoridades de segurança, os meliantes já usam o brinquedo para transportar droga, lançar celulares nos presídios, vigiar a polícia. Um drone transportando um longo fio de aço pode "atacar" um helicóptero e derrubá-lo, por exemplo.
As autoridades da Índia, preocupadas, já pensam em regulamentar e controlar este potencialmente perigoso "brinquedo". Vejam a reportagem com vídeo:
Colocar bloqueadores de sinais em eventos para interferir em controles remotos ajuda, mas são ineficazes para drones com o alvo programado em GPS. Ele fará a entrega, seja uma pizza seja a morte...