Vivendo intensamente a tal de pandemia!
Nada de amigos suados apertando nossas
mãos ou efusivamente nos abraçando...
Nada de amigas dando um, dois ou três
beijinhos, nunca sabemos o lado nem a quantidade dessa troca de
células mortas e gordura corpórea...
Nada de famílias numerosas escolhendo
justamente a mesa ao nosso lado no restaurante...
Nada de pessoas tossindo às nossas
costas numa fila qualquer...
Nada de visitas inoportunas, campainhas
tocando na hora que estamos debaixo do chuveiro...
Benditas máscaras, que reprimem o mau
hálito, escondem a barba por fazer, os nojentos
piercings na língua, lábios, nariz...
Benditas máscaras que seguram os
perdigotos nos self-service...
Bendito álcool que ameniza a falta de
higiene corporal da plebe rude...
Benditas máscaras que nos igualam na
beleza, disfarçam contrariedades e desgostos...
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Benditas máscaras que nos dão a oportunidade de cumprimentar os chatos e mostrar-lhes a língua ao mesmo
tempo. Já tentaram? É um imenso prazer!