sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Brasil:Patrícia Acioli,47 anos,condenada à morte,foi executada



A juíza Patrícia Lourival Acioli,da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo,RJ,com 20 anos de profissão aplicando as leis sem apoio de um Brasil omisso quando não cúmplice dos marginais,fora condenada à morte juntamente com mais 11 cidadãos,segundo a lista encontrada com o senhor” Gordinho” nome social de Wanderson Silva Tavares que foi preso em Guarapari,no Espírito Santo no início do ano. Patricia era a única a julgar homicídios praticados por grupos de extermínio em São Gonçalo,sempre destemida e rigorosa. Ela já havia tido seu carro metralhado anteriormente e ontem,11/08/2011 foi cercada por dois carros e duas motos com indivíduos que abriram fogo e a acertaram 21 vezes,com armas de calibre 45 e 40.
No início das ameaças Patricia era acompanhada por seguranças,que posteriormente foram retirados e a juíza foi deixada sozinha para se defender da anunciada execução...
Os juízes fogem dos julgamentos de crimes praticados por grupos de extermínio porque eles próprios,conhecendo as entranhas do mecanismo do Estado,tremem diante do verdadeiro poder,que pertence aos marginais. Cheios de pompa,exalando autoridade,atiram-se contra o cidadão normal que inopinadamente foi enquadrado em algum pequeno crime ou contravenção,julgando com rigor,sem medo de vinganças enquanto fecham os olhos aos verdadeiros criminosos,acovardam-se diante de seus delitos,desviam-se dos processos,mudam de calçada para não confrontá-los...Fica claro quem manda,quem tem o poder.
Os questionamentos são muitos e todos sabem as respostas mas se calam. O que o Estado está fazendo para proteger os cidadãos que constam da lista dos condenados?Quem retirou a escolta da Dra. Patrícia,mesmo sob ameaça concreta de morte? Por que o fez? Se as ameaças foram claras,Patrícia constava da lista para ser executada e sua morte se deu com características de execução,porque a polícia mencionava a hipótese de crime passional? Medo?Omissão?Cumplicidade?
O Estado brasileiro não tem condições reais de defender sequer um juiz,um promotor para que lutem contra a criminalidade,não tem e não se esforça para ter. E que dizer então do cidadão comum,com gaveta de IML cativa na lista de execução,sem prioridade mas escolhido aleatoriamente no dia a dia? O melhor que o Estado brasileiro poderia fazer é declarar sua incompetência,sua debilidade e permitir,sem interferências que os cidadãos comuns cuidem de si próprios,que reconheça que desarmar a população é um erro crasso,uma cumplicidade dolosa com assassinatos.



Atualização:destaco o pertinente comentário de Majorpayne: Na Itália, durante décadas de luta contra a máfia, inclusive na Operação " Mãos Limpas", morreram dezenas de juízes, dezenas de generais, dezenas de políticos além de centenas de policiais. Uma vez, um grande Jurista Brasileiro, quando perguntado porque o crime organizado não matava tantos juízes no Brasil, respondeu simplesmente: " ...porquê no Brasil, o crime organizado não é incomodado".