A saida de Túlio Kahn da Coordenadoria de Análise e Planejamento,orgão da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não tem grande importância quanto aos fatos em si,mas para onde eles apontam. A descoberta da venda de informações sigilosas extraidas das estatísticas criminais comprovam que dados sobre violência são realmente escondidos ou mascarados para servirem a diversos fins políticos e econômicos e a demissão que se seguiu é a assinatura do governador Alckimin confirmando essa realidade.
A declaração que a existência de sigilo neste tipo de informações é necessário “para não alarmar o público”soa ridícula,hilária! Como conseguir alarmar mais uma população em pânico que vive confinada atrás de grades,evitando sair às ruas e quando o faz por necessidade,não sabe se voltará para casa? Morre-se mais por violência no Brasil que no Iraque e as estatísticas -não sigilosas- isso demonstram com a clareza fria dos números.
As informações sonegadas ao principal interessado,que é a população – que paga por elas e que é a atingida mais diretamente – pouco servem em termos de diminuir a criminalidade; se assim fosse,o homem que nomeou Túlio Kahn para o CAP em 2003,o então Secretário de Segurança de São Paulo,Saulo de Castro,ainda no governo e com acesso a esses dados,não teria sido vítima de assalto em sua residência dias atrás...
Para que tornar sigilosos os dados então? Porque assim se transformam em uma mercadoria a mais no bilionário Mercado da Segurança,um setor poderoso em nossa economia. Companhias de seguros,de vigilância patrimonial,segurança pessoal,imobiliárias,empresários,investidores,pagam para saber onde pisam,onde atuar,atualizar planilhas de preços e serviços. E para nossos governantes e seus lobistas vestidos de assessores -regiamente recompensados- implementarem a política de desarmamento,necessária para o aumento da insegurança e a dependência da proteção privada. A população é uma massa dócil e doce,vigiada por formigas...