quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A barriga do sargento da PM e os "comandantes Schittinos"



No sábado que se passou,pela manhã resgatei e publiquei o texto "Pobres homens e mulheres modernas..." onde lamentava a situação dos homens e a reação das mulheres modernas. O desalento das fêmeas pelo enfraquecimento dos machos e a fábrica de “heróis virtuais”em que o mundo se tornou. Horas mais tarde vem o Comandante Schittino do Costa Concordia e assina embaixo...
Comandantes de transatlânticos e de aeronaves costumam despertar a atenção das mulheres românticas pela sua exibição de poder,tiranetes em suas naves trajando a bela armadura de combate,cheia de dourados e com muita pompa...
Com certeza muitas disseram ao ver o Comandante Schittino desfilar à sua frente:
-Isso que é homem!
Mas é na hora da ação,do perigo,do caos,do inesperado que o verdadeiro homem se mostra. E vem a realidade na voz do capitão dos Portos:
O galante e espalhafatoso comandante abandonou os passageiros na nave encalhada -que nem afundaria por completo- sentou a bunda num barco salva-vidas,murchou a orelha enquanto era admoestado pela Capitania dos Portos,mentiu como uma criança e depois tentou voltar para sua caminha e seu ursinho de pelúcia até ser detido pela polícia.

Pense nisso quando estiver cruzando o Atlântico a bordo de um cruzeiro ou avião...

O mundo está perigosamente virtual,jogando no comando humanos sem serem testados que poderão falhar quando forem acionados. É necessário selecionar,treinar,peneirar com mais rigor quem vai ter em suas mãos vidas alheias,em todas as profissões e postos de comando. Mas o rumo tem sido inverso,facilitando o treinamento com games e diminuindo e até excluindo o real,abandonando um profundo exame psicológico e vocacional,diminuindo o tempo de formação,perdendo qualidade profissional. É preciso resgatar atividades e esportes viris,abandonar a coragem virtual.
Neurótico,louco,psicopata,são algumas etiquetas que já recebi por afirmar sempre que me sinto bem em situações de guerra,pois lá,em minutos debaixo de fogo,ficamos sabendo com quem iremos contar,quem realmente são os que nos acompanham,nos dirigem ou por nós são comandados. Na vida supostamente“em paz” só o saberemos numa situação extrema quando não há mais escapatória ou na maior parte das vezes nem mesmo saberemos e a pompa dos heróis virtuais passará incólume pela vida,sem ser testada,fracos que nos comandarão e pisarão com aval da decadente sociedade.
Uma companhia especializada do exército,”altamente treinada”cheia de distintivos e equipamentos assustadores mas sem ter experimentado o real pode ser derrotada por uma companhia de rua da PM que vive em constante confronto,diariamente matando e sendo mortos,entrando em luta corpo a corpo com inimigos perigosos durante o expediente e depois indo para casa tomar uma sopinha,assistir TV e coçar a crescente e pouco marcial barriga...
Pompa,aparência,não fazem homens.