quinta-feira, 13 de junho de 2013

Internet:o cérebro humano saiu do corpo

Pedro Marangoni*

Emissão, recepção, conhecimento, busca, manuseio da informação. Falo do cérebro humano ou do computador e internet? Falo de todos que em verdade são apenas um sistema, uma base individual (cérebro) e uma extensa rede (net) no espaço, que abrange todo o planeta e o conhecimento de cada habitante conectado mas que atinge por meio dos resultados obtidos todos os terráqueos, sem exceção. Anteriormente todas as ações citadas ocorriam em nossos neurônios e restritos à experiência e cultura acumuladas além da memória genética e instintos herdados. A troca ou aquisição de dados era restrita e a velocidade do manuseio das informações era condicionada ao quociente de inteligência de cada um. Agora, diante de um computador em instantes neurônios eletrônicos de funcionamento similar aos meus trabalham para mim, multiplicam infinitamente meu conhecimento, aceleram meus cálculos, aumentam o alcance de meus olhos.

Ao perguntar-me qual seria a data de nascimento de Bertrand Russell, por exemplo, após inutilmente pensar iria à biblioteca pesquisar livro por livro ou perguntaria a alguém que possuía tais conhecimentos. Ou telefonaria. Ou escreveria uma carta, tudo dependendo de meus conhecimentos, local, recursos. Hoje, no mesmo momento em que o pensamento vem à mente, o cérebro comanda sua extensão eletrônica e lá está: Bertrand Arthur William Russell, 18 de maio de 1872... Tornamo-nos pequenos gênios de memória prodigiosa, de cultura sem limites para o bem ou para o mal: como fazer uma bomba caseira? E instantaneamente transformo-me em um químico com dezenas de opções.

Não há diferença entre um dado proveniente de pesquisa acumulada pessoalmente e um toque no computador, não é uma aquisição falsa ou artificial, o conhecimento é o mesmo, armazenado da mesma maneira, pouco importa se os impulsos elétricos são de origem química produzidos pelo seu corpo ou de origem externa através de cabos. Além do conhecimento de todos, que podem ser úteis, também compartilhamos ignorância, crenças, taras... Tudo o que cérebros humanos contém estão também no grande cérebro artificial chamado de Internet. Podemos pensar junto com multidões ou raciocinar em conjunto com apenas uma pessoa do outro lado do globo que naquele instante teve a mesma dúvida. Podemos emocionarmos e nos enraivecer em instantes e provocar uma briga na rua, um vandalismo, uma revolução, multidões pensando com o mesmo cérebro. Minha mentira pode fazer milhões chorarem, minhas ameaças podem fechar centenas de portas em uma cidadezinha milhares de quilômetros distante. Posso ser o inimigo mas posso trazer à revelia o inimigo para dentro de minha mente, de minha casa. Posso namorar uma chinesa, filosofar com um francês, comprar um paletó na Suíça, roubar a conta de um banco na Alemanha, espiar alguém no México, estragar o computador de um australiano, tudo em segundos, somos hoje um só cérebro que como o nosso pequeno órgão original, pode nos fazer sofrer, amar, viver melhor ou até morrer.

Temos que começar seriamente a se adaptar e gerir esse poder de abraçar o mundo e todo seu conhecimento sem perder as próprias ideias, sem esquecer do resto do corpo, braços e pernas que antes teriam que trabalhar se quiséssemos namorar a chinesa lá do outro lado do planeta ou mesmo filosofar ao entardecer contemplando o pôr do sol. Ou aos poucos nos transformaremos em um pedaço mole de carne pálida cheia de conhecimentos, amigos que jamais foram tocados, experiências acumuladas e nunca vividas... Gênios loucos e solitários que conhecem a fundo um planeta que nunca pisaram, apenas peças de um grande computador trabalhando para um único poder global. E este, o único dado inatingível e desconhecido...

*Pedro Marangoni,64,é autor de A conspiração de Santo Antonio do Desamparo e Angústias de um peixe-voador entre outros.

Porte de armas para atiradores aprovado pela Comissão de Segurança da Câmara

Veículo: Agência Viva Brasil/ www.movimentovivabrasil.com.br

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO) da Câmara aprovou nesta quarta-feira (12) a inclusão dos atiradores e colecionadores de armas de fogo entre as categorias que estão habilitadas a ter o porte de arma, concedido pela Polícia Federal.

A matéria foi objeto do Projeto de Lei nº 6971/2012, do deputado Milton Monti (PR-SP), que prevê a concessão de porte aos atiradores e colecionadores para armas registradas no Sistema Nacional de Armas (Sinarm). A proposta altera a Lei nº 10.826/2003, conhecida como Estatuto do Desarmamento.

O relator da proposta na Comissão, deputado Edio Lopes (PMDB-RO), chegou a apresentar parecer pela rejeição. Porém, mudou de ideia após participar de audiência pública sobre o tema na Câmara. Outro motivo teria sido a apresentação de voto em separado pelo deputado Guilherme Campos (PSD-SP), com texto pela aprovação

Em seu novo parecer, Edio entendeu que os colecionadores e atiradores podem ter porte de arma concedido, desde que comprovem vínculo com instituição desportiva por no mínimo 3 anos ininterruptos. Outro critério é a assiduidade. Segundo o texto apresentado, haverá a necessidade de apresentar uma declaração expressa de assiduidade para que seja liberado o porte pela Polícia Federal. Porém, não há uma definição de quem deverá emitir essa declaração: o atirador ou o clube.

Para Fabrício Rebelo, diretor do Movimento Viva Brasil para Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs), a aprovação demonstra que o debate exaustivo sobre a questão acabou por revelar o mérito da proposta. “O Projeto de Lei é positivo e representa um avanço para os CACs”, afirma. Apesar da comemoração, Rebelo mostra-se preocupado com a necessidade de uma declaração expressa de assiduidade, o que pode transferir para o Clube de Tiro a co-responsabilidade pela concessão do porte e também deixa dúvidas quanto aos colecionadores.

Já em relação à necessidade de estar vinculado a uma instituição desportiva por no mínimo três anos, Rebelo considera que não haverá prejuízo para a classe. “Isso evita a migração de pessoas que querem, apenas, o porte de arma para os Clubes de Tiro”, afirmou. “Embora ainda existam outras fases na tramitação da proposta, temos que comemorar essa aprovação”, explicou Rebelo.
Nota do Blog: Vejo com desconfiança,prefiro aguardar e comemorarei quando ver os atiradores com o porte nas mãos,tendo-o conseguido sem ter que lutar contra exigências absurdas,entraves,altos custos,atrasos propositais ou simples negativas de concessão,como vem repetidamente acontecendo com quem quer comprar uma arma ou proceder à inconstitucional renovação de registro de arma de fogo. (Pedro Marangoni)

Sertanejo,v ida de gado, eleitor marcado

Transladando um helicóptero de Aracaju para Belém,atravessei o Piauí de sul a norte, horas de terra árida, sem vida. Voando baixo, alienígena num disco voador visitando um planeta seco, contemplei um sepultamento, meia dúzia de gatos pingados ao redor de uma cova no meio da nada, o dia a dia só de presente, amanhã cópia de hoje. Certamente sem certidão de nascimento, sem certidão de óbito, sem cidadania. Cercas de galhos finos retorcidos, algumas cabras. Lembra Somália, Djibuti, Etiópia... Desde a formação da nação brasileira todos os governos tentaram alguma solução ou paliativos para o problema. Outros apenas fingiram tentar. Muitos usam o nordeste como fonte de verbas fáceis de desviar apostando no analfabetismo, na seca cultural tão atroz como a de água que não gera reclamações ou revolta, apenas resignação...

Consegue-se transformar o deserto em área produtiva? O mundo está cheio de lugares e países que servem de exemplo de sucesso. Mas por falta de opção,de mais espaço. O Brasil tem terras da União produtivas para um verdadeiro êxodo,da seca para a fartura. Mas o sertanejo nordestino é um povo com as raízes profundas típicas de plantas que teimam em solo ruim. Não quer sair de lá. Se sai,  sonha em voltar. Não podem ser recriminados por isso, é um direito querer viver perto das crianças e dos anciãos, das histórias, das lendas,dos contos de infância mas também do cheiro do ninho, da paisagem, de cada pedrinha familiar, de cada casa, ruína, recanto onde brincava e sonhava.

Não basta remediar o presente, é preciso construir esperança, os sertanejos não são gado para serem mantidos com doação de alimento e dinheiro numa vida vegetativa. Se por um lado a ignorância viceja, por outro não se lhes pode negar a coragem, a força de trabalhador, a vontade de resistir e vencer. Se eles admitem migrar para suas cidades, que se criem escolas práticas, simples mas eficazes onde se misturem a alfabetização e um curso básico de carpintaria, eletricista, pedreiro, costureira,  cozinheira, dando assim uma ferramenta de sobrevivência mais racional que a simples enxada que por séculos vem batendo nas pedras. Aos que não querem sair do sertão, que se lhes dê os meios usados por outros países para vencer o deserto mas sobretudo, com decisão política corajosa, firme, uma qualidade de vida melhor através de um radical controle da natalidade sem se importar com as críticas que virão de setores religiosos e cortando na própria carne desavergonhada da tradicional fábrica de eleitores de cabresto. Porque a proliferação desenfreada de seres humanos na miséria por ignorância e abandono das autoridades de saúde pública interessa aos políticos desonestos -desculpem pelo pleonasmo- e também às religiões que milagrosamente conseguem extrair minúsculas gotas de dízimos aqui e ali no deserto famélico para encher suas cisternas de milhões sem retorno terreno.

Nordestino não é gado de cria para políticos. São cidadãos brasileiros, sócios do país com direitos e deveres. Entreguem a eles sua devida cota de educação e infraestrutura e não Vales-Ração...