sábado, 4 de junho de 2011

Aborto e controle da natalidade: a quem interessa a proibição

Trecho extraido do livro "O infinito não tem pressa".

Tempos atrás,com a falta de habitantes e mão de obra para se construir um mundo novo,as famílias eram formadas por dúzias de filhos,símbolo de força e vigor. Hoje,tempos de penúria e superpopulação,os gnus continuam a procriar não filhos,mas problemas em forma humana. O quociente de inteligência atual mede-se pelo número de filhos do casal. Paupérrimos,sem alimentos,dão cria como ratazanas,orgulhosos ao se acharem abençoados por Deus ou como prova da virilidade do macho. Com as bençãos e cumplicidade da Igreja,anacrônica,perversa,que luta ferozmente contra o controle da natalidade e o aborto enquanto o Estado prudentemente se omite. E nenhum dos dois,Igreja e Estado irá dar condições de sustento aos filhotes subnutridos,a primeira oferecendo um hipotético mundo melhor após a morte e o segundo promessas em vida desde que possuam título de eleitor. É a fabricação de humanoides unicamente com o fito de serem manipulados para a manutenção do poder e consumo, que não seria conseguido com uma população pequena,portanto com boa condição de vida e progresso intelectual e mental, propiciando um questionamento futuro dos Leviatãs que dominam o planeta. Não é interessante o aparecimento de animais de raça na Grande Manada,pois desvirtuariam os rumos tão fáceis de serem mantidos atualmente.
Antes de vir à luz,de sair do corpo materno,todo feto deveria ser considerado parte integrante da mulher,um órgão a mais em desenvolvimento,que pode ser extirpado a pedido da portadora. Proibir o aborto,permitir que nasçam mais pessoas num mundo que não está conseguindo manter as que nele já vivem é um disparate. É vender mais ingressos que a lotação máxima do estádio,é provocar deliberadamente o caos e a tragédia.
Só seria aceitável a princípio,Estado,Igrejas e Instituições anti aborto se estes mantivessem casas de acolhimento dos recém nascidos,lhes proporcionando alimento,abrigo, educação e trabalho,com verba recebida de doadores,nunca dos impostos. E mesmo assim seria questionável,pois estariam forçando a vida de crianças sem o sentimento familiar,sem a noção de pais ou irmãos,sem o calor da caverna,insubstituível. 
Não é necessário pensar muito para concluir que o controle racional da natalidade causaria danos irreversíveis à Igreja e aos partidos políticos populares pela perda crescente de adeptos,de massa para manobra e aos grandes impérios industriais e comerciais que teriam que rever seus produtos, refiná-los,para serem aceitos por consumidores inteligentes e exigentes,não sugestionáveis, diminuindo em consequência a margem de lucro com a impossibilidade de impor preços injustos...
O parágrafo anterior aponta os que lucram com a manutenção da Grande Manada. Aparentemente incompatíveis e até inimigos,são em verdade cúmplices...A eles interessa a proibição do aborto,a eles interessa a descontrolada procriação das camadas ignorantes,a eles interessa a miscigenação das raças,evitando-se assim focos mais homogêneos de pensamento que possam criar resistência.
Obviamente não estou falando de uma grande conspiração e simplesmente de um padrão comportamental desonesto,maquiavélico,dos setores acima citados para se manterem. O que lhes confere o status de quadrilhas que buscam as mesmas vítimas mas não competem entre si,pois o espólio é diferenciado.